Dez produtores de Ivinhema pedem prorrogação para pagamento de empréstimo

Preço baixo pago pela indústria à fécula de mandioca tem preocupado os produtores

Dez produtores de mandioca pediram ao Banco do Brasil prorrogação do pagamento de empréstimos por mais cinco anos, a ação é reflexo da crise que afeta o setor desde o início do ano. O preço baixo pago pela indústria à fécula de mandioca tem preocupado produtores de todo o Estado, que estão recorrendo as autoridades para pedir incentivo a cultura. 

 O gerente de Agronegócio da Superintêndencia Estadual do Banco do Brasil, Rafael Remonti afirmou ter feito um levantamento e foi constatado que atualmente são 968 contratos e desses, são 950 produtores com financiamento ativo em Ivinhema. “Desse montante, recebemos a demanda de dez pedidos de prorrogação e o banco vai analisar. Só que para que isso aconteça, precisamos de uma resolução do governo federal concedendo um prazo maior com condições diferenciadas para pagamento”, avaliou. 

 Após vários protestos e reunião com deputados, foi realizada nesta tarde Audiência Pública na Assembleia Legislativa, para discutir a Minuta de Projeto de Lei proposta pelo deputado estadual João Grandão. 

O projeto estabelece que as indústrias, panificadoras, confeitarias, pastifícios e fábricas de biscoitos em Mato Grosso do Sul deverão acrescentar 10% de farinha de raspa ou fécula de mandioca à farinha de trigo para produção de pães e similares. 

 O presidente da Comissão de Agricultura, deputado estadual Marcio Fernandes, abriu os trabalhos lembrando que o objetivo é minimizar os prejuízos ocasionados ao produtor sem impactar o mercado consumidor. “O grande problema hoje é a lei da oferta e procura. Existe muita produção para uma demanda que é insuficiente. Neste caso, o valor pago pelas fecularias não agrada o produtor, sobra produção e a indústria armazena no estoque”, destacou. 

 Audiência- 

O superintendente regional da Conab, Antônio Dotta, comentou que uma das soluções para minimizar o problema do preço, é encontrar um mercado fora do Estado. |Essa é a melhor solução, para os produtores não compensa produzir farinha|, informou. Já para o gerente da unidade de competitividade empresarial do Sebrae/MS, Rodrigo Maia Marcelo Pirani, a instituição não é a favor da obrigatoriedade da adição da farinha da mandioca à farinha de trigo. |Somos contra porque não vemos na prática os efeitos da fiscalização e há outras formas de resolver esse problema, como por exemplo, incluir a mandioca na merenda das escolas públicas|, analisou.

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