A mãe da mulher investigada por fingir ter câncer em estágio grave para aplicar golpe em familiares procurou a polícia em setembro deste ano e pediu medida protetiva após ser ameaçada e perseguida pela filha de 47 anos. O caso foi registrado na Deam (Delegacia Especialidade de Atendimento à Mulher) de Campo Grande.
Em um dos momentos em que a autora exigia dinheiro dos pais, ela chegou a admitir que estava errada, mas precisava “jogar sujo”.
Conforme apurado pela reportagem, no dia 29 de setembro deste ano, a mãe da mulher, idosa de 70 anos, procurou a Deam e contou estar sendo vítima de violência doméstica e que desejava pedir medida protetiva contra a filha. No relato, ela afirmou que a autora estava em tratamento oncológico e psiquiátrico há um ano e as despesas financeiras estavam sendo bancadas voluntariamente por ela e seu marido.
No entanto, segundo a vítima, em julho de 2024 a filha havia se mudado para o Pernambuco e desde então estava exigindo valores altos como R$ 30.000, R$ 50.000 e como os pais negavam, ela os ameaçava. “Eu sei que estou errada, mas a única forma de conseguir dinheiro é jogar sujo. Vou falar mal de vocês para toda a família”, dizia a autora.
À polícia, a idosa explicou que há três dias a filha havia voltado para Campo Grande e desde então passou a causar transtornos aos pais com os pedidos de dinheiro. Ela também estava afirmando que alugaria uma casa construída no quintal da casa do casal, mesmo sem o consentimento deles e, por isso, ela desejava pedir medida protetiva contra a autora.
O caso foi registrado na delegacia como perseguição, mas a idosa não quis representar criminalmente contra a filha naquela data. A reportagem tentou contato com a mãe da mulher e aguarda o retorno.
Golpe – Na terça-feira (15), irmã da mulher procurou a 6ª Delegacia de Polícia Civil da Capital e registrou boletim de ocorrência. Ela relatou que em agosto deste ano a autora havia contado estar com câncer em estágio grave no reto, útero, ovário e rim. Na ocasião, ela chegou a apresentar diagnósticos médicos.
À família, a mulher afirmou que passou por cirurgias para retirada de nódulos e estava fazendo quimioterapia, porém, o plano de saúde não estava cobrindo os custos dos medicamentos. Preocupados, os parentes conseguiram angariar fundos para ajudar no tratamento e em março deste ano a autora perdeu o emprego, aumentando ainda mais os gastos.
Porém, em 1º de outubro, a irmã recebeu a foto de um laudo médico e quando foi até o hospital apresentar o documento, descobriu que era falso. Ela contou à polícia que foi lesada em R$ 40 mil, mas outros familiares também tiveram prejuízos financeiros. O caso é investigado.
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