Com o exposed de um suposto point de encontros para amantes em um supermercado de Campo Grande, mais campo-grandenses que sofreram adultério se sentiram encorajados a contar seus casos. Diante da repercussão, a reportagem do Jornal Midiamax então perguntou aos leitores: “qual o lugar mais inusitado onde você descobriu uma traição?” E, entre as respostas, o relato de uma policial civil de Mato Grosso do Sul chamou atenção.
A mulher narra que descobriu a traição do marido ao atender uma ocorrência por acaso, no meio da Avenida Afonso Pena, em Campo Grande. Naquele dia, parece que os astros conspiraram para que ela soubesse da “pulada de cerca” do esposo, já que a Polícia Civil não costuma atender sinistros de trânsito.
Ao voltar de uma operação no interior, a servidora pública de 43 anos passava pela principal avenida de Campo Grande com os colegas em uma viatura, quando se depararam com uma colisão entre dois carros. Como a Polícia Militar ainda não havia chegado, eles então pararam para auxiliar os envolvidos.
“Quando desço da viatura, era meu esposo que tinha batido o carro da amante. Detalhe, em 20 anos de casamento, ele nunca deixou eu comprar um carro vermelho e o carro da mulher, quase uma ‘véia’ da idade da mãe dele, era vermelho”, relata a policial.
Casamento de 22 anos chegou ao fim após flagra de traição em acidente: “hoje ela sustenta ele”
Na hora, a equipe que a acompanhava percebeu que se tratava de seu esposo com a amante no local. “Os colegas me olharam, se olharam entre eles, de certo achando que eu iria ‘meter bala’. Suspirei fundo, só olhei… Não ia perder minha vida e tudo que conquistei por causa de pessoas lixos”, recorda.
Ela então ficou em silêncio e só foi embora quando a viatura da Polícia Militar de Trânsito chegou. “Voltei à delegacia, fui para casa, chamei o chaveiro e troquei as fechaduras. Fui aos advogados do Sinpol e entrei com processo de divórcio. Ele não quis assinar e estamos litigiosos”, conta.
O flagra aconteceu no final de 2024 e, desde então, o ex-casal não se fala e nem se vê. Eles estavam juntos há 22 anos e tiveram três filhos frutos do relacionamento. “É claro que depois fui investigar e ela era cliente da empresa dele. Estavam tendo um caso desde 2023. Hoje ela banca ele e a família dele”, detalha a policial, afirmando que sua vida melhorou 100% com o fim da relação.
Adultério não é crime, mas pode gerar indenização
O relato veio à tona após a publicação da reportagem “‘Álibi perfeito’: amantes fazem supermercado de point da traição em Campo Grande”, nesta terça-feira (6). Em depoimento ao Jornal Midiamax, a advogada da família Vitória Junqueira Cândia esclareceu que a prática do adultério não é crime no Brasil, mas pode gerar dano moral na separação ou no divórcio do casal.
“Qualquer uma das partes traídas pode pleitear indenização pela traição, especialmente se a traição envolver exposição ao cônjuge traído. A situação toda é muito humilhante e a Justiça já considera capaz de gerar o dever de indenizar”, explicou a profissional.
Sobre o suposto ponto de encontro entre amantes em Campo Grande, ela destacou: “Acho que é importante sim ser difundido, até porque muitas mulheres, como eu, não fazem ideia que isso é um fato. O supermercado nunca forneceu filmagens para essas pessoas conseguirem confirmação. Mas eu acredito que se chegasse a um ponto de ser um pedido judicial, as câmeras confirmariam”, finalizou a advogada.
Comentários
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.