Primeira bebê de "proveta" de MS dá à luz e renova a geração familiar

Mulher gerada por fertilização in vitro, a agora mãe engravidou naturalmente

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Luis Nasceu saudável e bem grandinho, com 49 cm, pesando mais de 4 kg (Foto: Ana Carla/Arquivo pessoal) 

Em 29 de junho de 1994 nascia Aline Caldas de Paula Neves, a primeira bebê "de proveta" de Mato Grosso do Sul. E em 6 de dezembro de 2024 nasceu o seu filho Luis Augusto.

Significa que, 30 anos depois, a filha se tornou mãe e virou avó a mulher que primeiro gestou por meio da FIV (fertilização in vitro) no Estado. O neto representa a continuidade da família: uma nova geração começa.

Aline engravidou naturalmente. Chegou a retirar um cisto do ovário e por isso teve medo de não conseguir realizar o desejo dela e do marido, o policial militar Jonas Ribeiro, de serem pais.

Estávamos tentando e demorou um pouco. Descobri que estava grávida no dia 1º de abril", conta. Não era mentira ou alarme falso, Aline estava mesmo esperando um bebê. A confirmação veio um mês após seu pai morrer.

"Acompanhei meu pai durante toda a internação no hospital pensando já estar gestante, mas ainda não era o momento. Foi depois, para que fosse uma alegria em meio ao luto. Veio conforme a vontade de Deus", comemora.

O pai de Aline é o enfermeiro Luis Carlos de Paula Neves, que partiu, mas emprestou o primeiro nome ao neto. Não viveu a tempo de saber que seria avô.

O parto - O menino nasceu de um parto cesariana, às 20h41, na Maternidade Cândido Mariano, em Campo Grande.

A cirurgia correu bem e o novo membro da família foi recebido com festa, do outro lado da cabine.

Aline registra a gratidão a todos os profissionais de saúde que a acompanharam antes, durante e após o parto. "Eles foram essenciais, maravilhosos", diz.

Nova fase - A avó, Regina Célia, celebra muito o primeiro neto. Está radiante de alegria e tem sido uma rede de apoio importante para a mãe de primeira viagem, ao lado de tias, vizinhas e uma legião de amigos e colegas de trabalho que demonstram carinho e cuidado o tempo todo.

"Ela diz: é o bebê da vovó! Está muito emocionada", diz Aline. A filha diz entender muito mais a mãe hoje, do que antes.

"Entendo cada sacrifício que ela fez. Eu faria exatamente o mesmo. Se fosse necessário, também faria uma fertilização in vitro para ter filho", continua.

O sacrifício começa numa escolha. Nos anos 90, Regina e Luis Carlos abriram mão de comprar uma casa própria para poder pagar o procedimento que permitiria Aline vir ao mundo.

Regina chegou a engravidar naturalmente antes. Mas uma infecção a obrigou a remover as trompas uterinas e tornou a FIV a única opção.

Ter um bebê de "proveta" não era barato e ainda não é. Inovação científica da época dos pais de Aline, segue como alternativa para casais ou pessoas que desejam ter filhos solo.

Talvez inspirada na forma em que foi gerada, Aline se formou farmacêutica clínica. Está acostumada com o ambiente hospitalar e sabe como funcionam procedimentos como esse. Ela reforça que recorreria à Ciência para ter filhos com alegria, caso precisasse.

A nova mamãe define o que sente agora: "Momento de alegria e leveza. Presente de Deus nas nossas vidas". 

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