Um idoso, de 64 anos, foi vítima de extorsão ao cair no chamado “golpe dos nudes”. O esquema articulado por uma quadrilha do Rio Grande do Sul consiste em extorsões após troca de mensagens íntimas nas redes sociais.
Conforme o boletim de ocorrência registrado nesta terça-feira (9), a vítima passou a trocar mensagens e fotos íntimas com uma pessoa que conheceu nas redes sociais. Depois disso, recebeu contato de um suposto delegado do Rio Grande do Sul.
O criminoso afirmou que recebeu uma denúncia sobre o crime de pedofilia. Ele alegou que a pessoa com quem a vítima mantinha contato era menor e precisava de acompanhamento psicológico após as trocas de mensagens e fotos íntimas.
A fraude seguiu com o pedido de R$ 4 mil para o suposto tratamento psicológico. Em seguida, o falso delegado propôs que a vítima pagasse o valor de R$ 170 mil para encerrar o inquérito policial.
O idoso tentou realizar o segundo pagamento e não conseguiu. Ao compartilhar a situação com uma amiga, foi informado de que se tratava de um golpe.
A vítima procurou a polícia, e o caso de extorsão foi registrado na Depac-Cepol (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada).
Golpe dos nudes
Membros de grupos criminosos se passam por pessoas jovens para atrair as vítimas. Eles iniciam conversas e, depois de um tempo, começam a trocar fotos íntimas. As imagens são usadas para futuras extorsões.
Na maioria dos casos, um suposto parente ou até mesmo um falso delegado entra em contato com a vítima, afirmando que a pessoa com quem ela mantinha a conversa era um adolescente.
O falso delegado reforça que a troca de imagens íntimas com adolescentes constitui crime de pedofilia, o que resultaria em prisão, ação penal e exposição. A fraude segue com pedidos de dinheiro para um suposto tratamento psicológico e até mesmo com proposta de acordo para encerrar a suposta investigação policial.
Por falta de conhecimento ou por medo da exposição, a vítima cede às condições exigidas pelos estelionatários, que exigem transferências intermináveis de quantias em dinheiro para contas bancárias por eles indicadas.
Investigações sobre golpes dos nudes revelam que o dinheiro obtido pelo grupo é investido entre laranjas até que volte aos criminosos.
Em setembro deste ano, equipe da Derf (Delegacia Especializada em Repressão a Roubos e Furtos) concluiu uma investigação envolvendo uma organização criminosa gaúcha que aplicou o chamado golpe dos nudes em diversas vítimas de Campo Grande. A estimativa é de que os criminosos tenham lucrado R$ 5 milhões.








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