Pela sexta vez, uma atendente, de 25 anos, registra ocorrência contra o ex-namorado por violência doméstica. A mulher vem sofrendo com agressões, perseguições, difamação e medo do homem, conhecido como ‘Gibi’, que quase a matou na última quinta-feira (21/3), quando mais uma vez quebrou a medida protetiva e a espancou dentro da própria casa, em Campo Grande.
Quem relata a situação é uma familiar da vítima, já que o autor roubou o aparelho celular da jovem. “Ela é divertida, alegre, saía, mas hoje, não. Vive com medo, trancada, apavorada. Tenho medo de ela ser a próxima vítima de feminicídio”, lamenta.
A vítima tem três filhos de outro relacionamento e saiu naquela manhã para levar os filhos à escola. Quando voltou para casa, colocou uma panela no fogão e sentou na varanda. Ao se virar, o ex estava atrás dela. “Ele a segurou pelo pescoço. Segurou até ela se urinar. Depois continuou as agressões, arrancou o piercing do nariz e quase arrancou o da boca no soco. Bateu bastante e só parou porque ela conseguiu gritar e começou a aparecer os vizinhos”, detalhou a familiar.
Assim como outras mulheres, a história da atendente começou quando ela quis dar fim ao relacionamento de quase um ano. “Ele era muito ciumento. Não queria que ela se arrumasse muito para sair, e então, ela deu um basta”, conta.
O relacionamento chegou ao fim em agosto do ano passado, desde então a jovem está sendo perseguida, ameaçada, sem contar os 6 boletins de ocorrência que ela já registrou contra ele, pedido de medida protetiva, e mesmo assim, ele já invadiu a casa da ex por quatro vezes. Na última, a jovem foi internada na Santa Casa.
Em outra invasão, o autor rasgou as roupas da mulher e dos filhos dela, além do pneu da bicicleta das crianças, e cortou também os fios de internet e jogou comida no chão.
“Ela já acionou a polícia militar, mas eles falaram que não é competência deles. Que ela tem que ir na Deam. Mas se você liga na Deam, eles falam que em caso de descumprimento de medida protetiva é para acionar a polícia militar”, reclama.
Uma publicação nas redes sociais foi feita no intuito de encontrar o autor e acionar a polícia, mas a familiar que fez a publicação teve outra descoberta. “Mais de dez mulheres entraram em contato comigo informando que já namoraram com ele e todas sofreram agressões dele, inclusive a ex-esposa. Ela ficou dez anos com ele, sofrendo e no total tem cerca de 50 boletins de ocorrência por violência doméstica e até por estupro”, contou.
Na Casa da Mulher Brasileira de Campo Grande há diversos serviços de atendimento à mulher. Abriga a primeira Vara Especializada em Medidas Protetivas e Execução de Penas do país, Defensoria Pública, Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher, há ainda o setor psicossocial, e até abrigo para mulheres com ou sem filhos que correm risco.
A Casa fica na Rua Brasília, no Jardim Imá, próximo ao Aeroporto Internacional de Campo Grande.
Vale lembrar que a mulher pode solicitar medida protetiva mesmo sem ter feito registro do boletim de ocorrência, inclusive, o pedido pode ser solicitado online também, no site do Tribunal de Justiça.
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