A um mês de retorno das escolas municipais, aula presencial não é garantida

Calendário do município prevê retorno no dia 8 de fevereiro, mas pandemia pode atrasar a volta

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Escolas municipais de Campo Grande receberam adequações para o retorno das atividades presenciais. Imagem: (Álvaro Rezende)

Rede Municipal de Ensino (Reme) está previsto para o dia 8 de fevereiro, mas a promoção de atividades presenciais ainda é incerta, de acordo com informações da Secretaria Municipal de Educação.

“Até o momento, o retorno previsto para o início do ano letivo será no dia 8 de fevereiro, porém, ainda não podemos afirmar se será presencial ou remoto. Foi publicado em 22 de dezembro de 2020, nosso plano de retorno às aulas. Com este documento, as escolas farão a adequação para a realidade de cada escola, com data a ser divulgada para elaboração e entrega na Semed', afirma a secretária municipal de Educação, Elza Fernandes.

O plano de retorno define as orientações educacionais para a realização de aulas e atividades pedagógicas, presenciais ou não, no contexto da pandemia.

As escolas precisam montar um plano de retorno às aulas presenciais, que deve ser apresentado na Semed e validado antes da data de retorno.

De acordo com o documento, uma das ações previstas pela Semed é a elaboração de procedimentos operacionais (POPs) pelas escolas, dentro da realidade de cada instituição.

O texto deve conter estratégias de limpeza e desinfecção compatível com o momento atual, considerando a pandemia, com soluções aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Estão previstas, por exemplo: limpeza e desinfecção dos reservatórios de água e dos bebedouros; desativação de torneiras a jato; aferição de temperatura; e obrigatoriedade do uso de máscara por todos.

PREOCUPAÇÃO

O retorno às aulas presenciais é uma preocupação para alguns pais. É o caso de Rosenir Moraes Honório, 41 anos.

Com duas filhas, uma com nove e a outra com seis anos, Rosenir diz que se preocupa com a saúde das crianças, tendo em vista o alto número de contágios na Capital nos últimos dias, e prefere que as aulas sejam remotas até que a situação melhore.

“A minha maior preocupação para este ano é quanto à segurança da saúde das minhas filhas. Eu não sinto que as escolas estão preparadas para receberem os alunos, ainda mais as minhas [filhas], que são pequenas. Eu realmente fico na expectativa de não voltarem as aulas presenciais', afirma Rosenir.

“Por mais que 2020 tenha sido um ano quase perdido, prefiro perder mais alguns meses de 2021 do que colocar a vida das minhas filhas em risco', pondera a mãe.

O plano de retorno das aulas municipal, publicado no Diário Oficial do dia 23 de dezembro, apresenta as medidas que devem ser seguidas por todas as escolas da Reme.

“Mesmo com todo o trabalho e a dificuldade, prefiro as aulas remotas do que colocar em risco as crianças. Isso vai ser uma ‘bola de neve’. Em casa, as crianças estarão em contato com idosos ou pessoas em situação de risco. A volta às aulas é um assunto muito delicado', afirma Rosenir.

DESAFIOS

A educação a distância foi imposta de forma emergencial para todos os brasileiros. Lidar com ensino-aprendizagem dentro de casa vem sendo um grande desafio para pais e professores.

A necessidade de se adequar ao cenário foi repentina, e a defasagem do aprendizado será um dos grandes desafios dos professores quando o ensino presencial retornar.

Para a secretária de Educação, este novo ano letivo vem com um grande desafio. “O principal é o processo de recuperação da aprendizagem dos alunos em defasagem, porém, está em nosso plano como serão trabalhados os aspectos cognitivos', afirma Elza.

“O último ano foi muito difícil, pegou todos nós de surpresa, tanto as crianças quanto os pais. Foi uma realidade dura. Em casa, as crianças descansam, fazem uma tarefinha. Este é um outro ambiente', diz Rosenir.

As filhas de Rosenir são Kamylla e Alice, de nove e cinco anos, respectivamente. A mais velha está indo para o 5º ano do Ensino Fundamental, e a mais nova está a caminho do 2º do Ensino Fundamental. A mãe afirma que mesmo com a ajuda da escola, ainda assim houve grande dificuldade.

“A professora deu um apoio muito legal. Foi oferecido material didático pela escola, e começamos a trabalhar com os livros, mas as apostilas estavam em um nível de dificuldade muito grande', reclama a mãe.

NO ESTADO

Em 2021, o ano letivo da Rede Estadual de Ensino (REE) terá início em março. O calendário foi divulgado no Diário Oficial de Mato Grosso do Sul no dia 4 de dezembro.

O ensino será híbrido na rede estadual, com aulas a distância e presenciais, em razão da pandemia da Covid-19.

O ano escolar terá a duração de 205 dias, sendo 200 letivos, quatro dias para a realização dos exames finais e um dia para a realização do conselho de classe final.

Para o retorno às aulas, o governo elaborou protocolo de biossegurança para a volta em meio à pandemia.

Entre as medidas, está a organização de horários para entrada e saída de estudantes, higienização constante, aferição de temperatura, uso de bebedouro só para encher garrafas e distância mínima de 1,5 metro entre os estudantes.

O uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) será obrigatório e haverá distribuição dos materiais de higiene para as escolas.

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