Ações de combate ao contrabando de cigarros devem continuar

Para presidente do ETCO, apreensão de 11 carretas carregadas de cigarros paraguaios na semana passada demonstra que as autoridades estão comprometidas com o tema

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Carretas foram apreendidas com maços de cigarro avaliados em R$ 33 mi. Imagem - Ivi Hoje

A apreensão na última sexta-feira (15/6) de um comboio de 11 carretas que transportavam cigarros contrabandeados do Paraguai na região do Vale do Ivinhema (MS) é um passo importante para a redução do problema, de acordo com Edson Vismona, presidente do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO) e do Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP).

"A atuação das forças de fiscalização e repressão contra esse tipo de crime é fundamental para que o Brasil possa se ver livre do contrabando" afirma Vismona. Para ele, é necessário a realização de ações de grande porte, que sigam aliadas a um trabalho de inteligência que tenha como objetivo mapear todo o ciclo de comercialização de cigarros contrabandeados no país, desde a entranha pela fronteira, passando pela distribuição até a ponta de venda nas cidades.

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Em 2017, o Brasil se tornou o maior mercado global de cigarros ilegais, com 48% das marcas vendidas no país contrabandeadas do Paraguai. Este é um comércio que traz grandes prejuízos para o Brasil, com mais de R$ 43 bilhões em impostos que deixaram de ser arrecadados desde 2011, valor que poderia ter sido revertido em benefício da população brasileira.

Além disso, o contrabando de cigarros é controlado por facções criminosas, que já estão se associando a grupos terroristas na região da tríplice fronteira, e os lucros da atividade servem para financiar o tráfico de drogas, armas e munições no país.

Para Vismona, é preciso que o governo brasileiro atue em diferentes frentes para conter o avanço do comércio ilegal de cigarros no Brasil. "Além da proteção das fronteiras e do combate à venda desses produtos no país, é preciso que a enorme disparidade tributária sobre o cigarro nas regiões do Cone Sul  e Vale do Ivinhema passe a integrar a pauta de discussões do governo brasileiro no âmbito do Mercosul" afirma Vismona. "O Paraguai pratica uma das menores cargas tributárias do mundo para o setor, de apenas 16%, enquanto que em países vizinhos como Argentina, Chile e Brasil essa carga é, em média, 90%".

O presidente do ETCO lembra que essa disparidade tributária é o principal estímulo para o comércio ilegal, garantindo margens de lucro superiores a 150% em alguns casos. "Não é possível para nenhum setor competir contra esse tipo de concorrência predatória, mas o governo está caminhando na direção certa. O país precisa seguir lutando contra esse problema, que rouba a saúde, segurança e os empregos de milhares de brasileiros".

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