A Adecoagro, sediada em Luxemburgo, registrou um salto de 30 vezes em seu lucro líquido no 4º trimestre do ano passado, que alcançou US$ 82,2 milhões. A empresa conseguiu aproveitar o bom momento do mercado de açúcar no Brasil e do arroz na América Latina.
Com atuações em diferentes segmentos do agronegócio na região, o resultado líquido ajustado, divulgado em dólar, só foi penalizado pelas conversões cambiais e pela inflação, que segue galopante na Argentina. Com isso, a empresa acabou divulgando um prejuízo líquido ajustado de US$ 16,4 milhões, mas que tem apenas efeito contábil.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado que reúne todas as suas operações agrícolas e sucroalcooleiras encerrou o trimestre com queda de 9,5%, a US$ 95,8 milhões. A receita bruta cresceu 4,7%, a US$ 400,1 milhões.
O resultado operacional do trimestre foi penalizado pela redução das atividades de moagem de cana em relação ao mesmo período do ano anterior, já que as chuvas do último trimestre interromperam os trabalhos em campo. A moagem de cana ficou 7,2% menor, em 2,9 milhões de toneladas, e o Ebitda ajustado do negócio sucroalcooleiro do último trimestre caiu 13,5%, para US$ 87,5 milhões. Já o Ebitda das operações agrícolas cresceu 34,3% no trimestre, para US$ 13,8 milhões.
Recordes em 2023
No ano, porém, a Adeacoagro registrou recordes em seus resultados financeiros. A receita bruta bateu a máxima histórica e alcançou US$ 1,4 bilhão, alta de 6,7% ante 2022.
A companhia registrou lucro líquido de US$ 226,7 milhões, mais que o dobro do ano anterior, enquanto o Ebitda ajustado também foi recorde, de US$ 476,6 milhões, aumento de 10,1%.
Dividendos
Também foi recorde o fluxo de caixa operacional ajustado, em US$ 175,9 milhões. De acordo com sua política de dividendos, isso implica em uma distribuição mínima de US$ 70,3 milhões aos acionistas. A empresa já anunciou a proposta de distribuição de US$ 35 milhões em dividendos em duas parcelas, e só neste ano já recomprou US$ 18,1 milhões em ações.
A Adecoagro atribuiu os dados históricos de 2023 ao bom desempenho do negócio sucroalcooleiro, já que, além de ter elevado a moagem de cana, também aproveitou os preços elevados do açúcar. Também contribuiu para o resultado positivo a venda de uma fazenda na Argentina.
Para este ano, a Adecoagro tem uma expectativa que vai na contramão da indústria sucroalcooleira do Brasil e aposta em um aumento de sua moagem de cana, caso o clima se comporte de maneira “normal”. No negócio agrícola, presente principalmente na Argentina e no Uruguai, a companhia espera uma recuperação da produção, com expectativas favoráveis para a produção de arroz e de leite.
Meta de emissões
A Adecoagro ainda apresentou seu novo compromisso ambiental, de reduzir sua pegada de carbono (emissões por volume de produção) nos escopos 1 e 2 (relacionadas às operações e ao consumo de energia) em 20% até 2030, com base na intensidade de carbono de 2021.
A companhia pretende alcançar essa meta com a substituição do diesel de máquinas agrícolas pelo biometano que está produzindo em suas usinas de cana, pelo aumento das técnicas de agricultura de precisão e de insumos biológicos, e pelo aumento da geração de bioenergia.
Fonte: Globo Rural
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