A Usina Adecoagro que tem unidades em Angélica e Ivinhema informou nesta segunda-feira (20) que está suspendendo apenas parte dos contratos de trabalho, mas não vai demitir e manterá a produção das plantas de etanol no Estado. Segundo a empresa, estão sendo feitos ajustes neste tempo de menor consumo de etanol e tomadas medidas de biossegurança para manter a saúde dos trabalhadores.
Com cerca de 5 mil trabalhadores nas usinas a suspensão do trabalho de contrato dos temporários não deve chegar a 10% do pessoal das indústrias. A afirmação é do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias e Álcool de Nova Andradina (STIFANA) que está acompanhando as negociações. “Serão cerca de 400 pessoas em contratos suspensos por 60 dias depois deste período serão outras turmas. Ou seja uma sai e a outra retorna segundo o acordo coletivo firmado até 30 de dezembro”, explicou o presidente do Sindicato Alcemir Remelli.
Ele esclarece que a usina não vai parar. “Isso vai ser feito até o final do ano se ate lá não modificar a situação da pandemia e crise que está afetando muito o setor produtivo. Mas não se trata de demissões”, esclareceu. "A medida foi tomada com cinco turmas agora quando retornar pode sair mais 3 turmas e assim por diante", explicou.
Atentos - A situação está sendo acompanhada atentamente pelo Governo do Estado. A direção da empresa garantiu ao Governo do Estado que não haverá demissões. “Deixamos claro que não haverá demissões e nem o fechamento das unidades. O que ocorre é a suspensão temporária dos contratos de trabalho de uma parcela mínima dos nossos colaboradores, conforme prevê a medida provisória 936 e em sintonia com o sindicato que representa a classe trabalhista” afirmou a empresa ao secretário de Produção e Meio Ambiente, Jaime Verruck.
De acordo com o secretário, as usinas colocaram o “grupo de risco dentro da MP do Governo federal e a outra parte estão ajustando as linhas de produção . Ele ressalta ainda que diante da crise gerada pela pandemia, a Adecoagro tomou tomadas diversas providências, como a substituição de serviços terceirizados por mão de obra própria, suspensão de investimentos, além de mudanças operacionais em suas usinas, sendo que a suspensão dos contratos de uma pequena parcela dos trabalhadores é apenas mais uma delas. ”.
Safra - O cenário de redução nas operações nas usinas de etanol ocorre segundo Verruck, em um momento que o setor está iniciando uma safra de cana. “Isso nos preocupa porque temos uma queda de consumo do etanol diante da redução no preço do petróleo e consequentemente queda da gasolina. Ou seja é um consenso que tendo gasolina barata o consumidor não vai optar pelo etanol neste momento. Com isso, não haverá espaço para produção de etanol e armazenamento, O que nos preocupa”, alertou o secretário.
Diante deste cenário, o Governo tem alinhado ações com a Associação de Produtores de Bioenergia de MS (Biosul) para conseguir superar este período. “Primeiro as usinas não estão vendendo , então certamente vão ter que alongar a safra. Mas então poderemos ter problema de estocagem, por isso estamos buscando soluções junto ao Governo federal”, salientou. -
Credito: Campo Grande News
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