Mortadela é feita com carne de cavalo? Saiba detalhes do produto após apreensão de 27 animais em MS

Saiba quais cuidados tomar para evitar comprar alimento de origem ilícita

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Operação em MS apreendeu 27 cavalos que iriam virar mortadela e salsicha. Animais estavam sendo transportados para o Paraguai e foram apreendidos em Aral Moreira. (Foto: Divulgação/Polícia Civil)

A mortadela é um alimento popular presente regularmente na mesa de muitos sul-mato-grossenses, utilizada em sanduíches, aperitivos e, inclusive, pratos principais. Mas após a apreensão de 27 cavalos que seriam abatidos para a produção clandestina do embutido nesse domingo (18), em Aral Moreira, o caso levantou alerta para que o consumidor escolha produtos de qualidade e marcas confiáveis. O Jornal Midiamax apurou o processo de fabricação do produto e os riscos associados ao consumo do embutido.

Segundo artigo publicado pela PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), a mortadela ou “la mortadela” como chamam os criadores italianos, é um embutido processado feito com carne suína, bovina e cubos de gordura. O tipo, coloração e o sabor podem mudar de acordo com o fabricante, mas o fato é que a carne de cavalo não é utilizada na receita tradicional do embutido.

As marcas podem embutir na receita ingredientes como azeitona, pistache, alho, queijo, entre outros. Após temperado, o combinado então é moído, embutido e cozido em água quente antes de ser resfriado, fatiado e embalado. A maioria contém também aditivos e conservantes.

Venda de mortadela sem procedência é crime

O delegado titular da Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo), Reginaldo Salomão, esclarece que a venda de mortadela ou produtos de origem animal sem procedência legal é crime, com pena de 2 a 5 anos de detenção e multa. “A prática infringe a Lei nº 1283 de 1950, inúmeras resoluções da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e na esfera criminal, também viola a Lei 8137“, explica.

Salomão ressalta ainda a importância do consumidor optar por produtos originais e que procure olhar o rótulo antes de comprar.

“O barato sai caro. Sempre recomendamos que a população compre produtos com rotulagem, em estabelecimentos idôneos e que solicite a nota ou cupom fiscal. Esses produtos falsos, principalmente os que vão para países vizinhos, quando voltam ao Brasil, voltam pela metade do preço. Mas isso porque geralmente são feitos com animais doentes. É muito arriscado ingerir produtos desse tipo”, alerta o delegado.

O delegado da Decon reforçou ainda que o consumo de mortadela sem procedência pode causar lesões internas, doenças e até a morte. “Se consumida, a pessoa pode ter intoxicação, tuberculose ou ir a óbito. Esses embutidos levam uma quantidade muito grande de conservantes, que são altamente cancerígenos. As empresas certificadas que trabalham com isso usam balanças de precisão, mas quando gente chega nesses lugares clandestinos, os caras enchem a mão e jogam [conservantes] sem olhar”, enfatiza Salomão.

Riscos da mortadela em excesso

Já em relação aos produtos certificados, apesar de liberados para compra, é importante que o consumidor também tenha alguns cuidados. Se consumida em excesso e com regularidade, a mortadela pode aumentar os riscos de doenças e problemas de saúde. De acordo com o Inca (Instituto Nacional de Câncer), o alto consumo de embutidos está relacionado com o surgimento de diferentes tipos de câncer, principalmente do intestino grosso (o cólon) e do reto.

Por ser ter alta taxa de gordura, sódio e conservantes, o embutido também pode aumentar os riscos de doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, alergias, alterações no humor, diabetes, obesidade e colesterol elevado.

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