Paraguai apreende fazendas avaliadas em R$ 262 milhões do traficante Cabeça Branca

Ação é desdobramento da Operação Spectrum, deflagrada pela PF em 2017

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Uma das fazendas do narcotraficante. Foto: Senad

A Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (Senad), o Ministério Público, a Secretaria Nacional para Administração de Bens Apreendidos, o Serviço Nacional de Cadastro e a Força Tarefa-Conjunta, em cooperação com a Polícia Federal do Brasil, apreenderam três fazendas do narcotraficante Luis Carlos da Rocha, o Cabeça Branca, que agia em toda a faixa de fronteira, incluindo Mato Grosso do Sul. Os bens estão avaliados em aproximadamente 68 milhões dólares, cerca de R$ 262,4 milhões.

A ação é desdobramento da Operação Spectrum, deflagrada em 2017, pela PF, e representa a fase final de vários meses de investigações que objetivaram desarticular completamente uma complexa estrutura criminosa dedicada à lavagem de dinheiro do tráfico, administrada por Cabeça Branca, atualmente preso no Brasil. As fazendas somam total de 11.800 hectares e estão localizadas no departamentos (estados) de San Pedro e Concépcion e, de acordo com a Senad, são altamente produtivas, com infraestrutura e maquinário de ponta para produção agrícola. Todos os bens estão sob tutela do Estado paraguaio.

Fazendas

A fazenda Edwiges fica na localidade de Cerro Memby, distrito de Yby Yau, em Concepción. O local conta com vários empreendimentos num raio de 700 de metros da porteira de acesso e está avaliada em 17,4 milhões de dólares, R$ 67,1 milhões. A fazenda Suiza fica na mesma região, nas imediações do Rio Aquidaban, e vale 16 milhões de dólares, total de R$ 61,7 milhões. Por sua vez a fazenda Lusipar fica na cidade de Tacuati, em San Pedro, e vale 34 milhões de dólares, R$ 131,2 milhões.

Prisão de Cabeça Branca

Em julho de 2017, a PF prendeu Cabeça Branca em Londrina (PR). Ele estava com 3 milhões de dólares. Como consequência, foram realizadas várias apreensões de bens como veículos, imóveis, aeronaves e outros objetos em Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná e São Paulo. Ele foi condenado a 50 anos de prisão. De acordo com o Ministério Público Federal, o narcotraficante usava aviões para importar para o Brasil cocaína da Colômbia, Peru e Bolívia, usando o espaço aéreo venezuelano. Uma vez em território brasileiro, a droga era transportada por terra especialmente para São Paulo, de onde era despachada para a Europa e Estados Unidos.

Operação

Em novembro do ano passado, a PF deflagrou a Operação Sem Saída, quarta fases da Spectrum, tendo como alvo Cabeça Branca, com alvos no Mato Grosso e no Paraná. A ação apreendeu aproximadamente R$ 500 milhões em patrimônio da organização criminosa. Dentre os bens apreendidos estavam 16 fazendas que somadas representam uma área de aproximadamente 40 mil hectares no Estado do Mato Grosso.

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