Para a polícia do Paraguai, são grandes os indícios de envolvimento da facção criminosa brasileira PCC (Primeiro Comando da Capital) na execução do jornalista Lourenço Veras, de 52 anos, o Léo Veras, ocorrida no dia 12 deste mês em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia vizinha de Ponta Porã.
Nesta segunda-feira (24), o comissário Gilberto Fleitas, chefe do departamento contra o crime organizado da Polícia Nacional, disse que aumentaram as suspeitas de que o PCC tenha ordenado a morte de Leo Veras após a perícia comprovar que a pistola Glock calibre 9 milímetros usada por um dos pistoleiros foi utilizada em outras execuções na fronteira. A prova veio da comparação das balas e cartuchos recolhidos na casa do jornalista com munições de outros crimes.
Em entrevista à rádio “ABC Cardinal”, de Assunção, o comissário afirmou também que a execução de Leo Veras teria sido terceirizada por chefes locais do PCC “que se passam por poderosos empresários”.
Segundo Fleitas, a peça-chave da investigação foi o Jeep/Renegade cor branca encontrado na madrugada de sábado durante a Operação Alba, que prendeu seis paraguaios, três brasileiros e um boliviano em Pedro Juan Caballero.
O carro é idêntico ao usado pelos três homens encapuzados que invadiram a casa de Leo Veras na noite de 12 deste mês e o executaram na frente de seus filhos, da esposa e do sogro.
Salinas
Na entrevista de hoje, o comissário Gilberto Fleitas reafirmou que os supostos mandantes da execução são integrantes da estrutura criminosa liderada por Sergio de Arruda Quintiliano Neto, o Minotauro, Ederson Salinas Benítez, o Ryguasu, e Marcio Sanchez, o “Aguacate”.
Minotauro está preso no Brasil desde que foi localizado em Balneário Camboriú (SC) e Ryguasu está na PED (Penitenciária Estadual de Dourados) após ser preso durante briga de trânsito em Ponta Porã, em janeiro deste ano. Aguacate é considerado o chefe dos matadores de aluguel que atuam na fronteira.
Segundo o comissário paraguaio, a investigação revela que a ordem para execução de Leo Veras teria sido cumprida por Waldemar Pereira Rivas, o “Cachorrão”. O Renegade foi encontrado em uma das quatro propriedades onde os policiais estiveram durante a operação de sábado.
Fleitas informou à rádio paraguaia que Cintia Raquel Pereira Leite, presa sábado, é irmã de Cachorrão e teria dirigido o Jeep/Renegade no ataque que ceifou a vida de Léo Veras. O bandido está condenado a 17 anos de prisão no Brasil e é apontado como dono de vários desmanches de carros roubados em Pedro Juan Caballero.
O comissário ainda afirmou na entrevista que a ordem para a morte de Léo Veras partiu de Ederson Salinas Benítez. Segundo o policial paraguaio, a suspeita é que jornalista tenha alertado policiais brasileiros que o bandido usava documento falso no momento em que foi preso por parte de arma durante a briga de trânsito.
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