Helena Cassuci Ferreira, é mãe do candidato a prefeito de Angélica na eleição suplementar do município, após impugnação do candidato das eleições de 2020 João Donizete Cassuci, ela está nomeada na Câmara dos Deputados em Brasília, com salário mensal bruto de R$ 5.083,18. Apesar disso, ela nunca esteve no gabinete em que está lotada, do deputado federal Dagoberto Nogueira. Atualmente, Helena garante o sustento vendendo produtos da Avon.
A mãe de Edison Cassuci Ferreira (PDT), o Edinho Cassuci, é funcionária fantasma no gabinete de Dagoberto Nogueira, que recentemente trocou o PDT pelo PSDB para tentar garantir mais um mandato na Câmara dos Deputados.
Dona Helena Cassuci está nomeada com o código SP-11, por isso recebe todos os meses os mais de 5 mil reais em salário bruto, além de auxílios, que em abril somaram outros R$ 982,29 ao vencimento. Desde o dia 2 de agosto de 2021, ela já embolsou mais de R$ 45 mil, sem precisar pisar em Brasília .
Já em Angélica, ninguém nunca viu a mãe de Edinho Cassuci realizando qualquer ato em favor do mandato de Dagoberto Nogueira, que não tem nem mesmo escritório político no município onde dona Helena pudesse cumprir o expediente mínimo de 6 horas, exigido dos assessores de deputado federal que estão fora da base eleitoral do parlamentar.
Dagoberto Nogueira é de Campo Grande e como não tem escritório político em Angélica e nem na cidade mais próxima, no caso Ivinhema, a nomeação de Helena Cassuci caracteriza emprego fantasma, já que a nomeada não exerce qualquer função relacionada ao mandato.
O caso de Helena Cassuci Ferreira é semelhante ao da comerciante Walderice Santos da Conceição, a Wal do Açaí, que foi nomeada pelo então deputado federal Jair Bolsonaro (PL) como assessora parlamentar, mas que nunca prestou serviço ao mandato e nunca esteve no gabinete do então deputado e hoje presidente da República.
O escândalo da Wal do Açaí é investigado pelo Ministério Público Federal (MPF) por caracterizar crime de improbidade administrativa. O mesmo deve acontecer com Helena Cassuci.
Família fantasma
Além da mãe do pré-candidato à prefeitura (Eleição Suplementar em Angélica), outro integrante da família Cassuci também esteve pendurado no mandato do deputado federal Dagoberto Nogueira. Filho do ex-prefeito João Cassuci, o jovem Arlan Vergílio Cassuci ocupou o cargo de assessor parlamentar entre 4 de março de 2019 e 12 de agosto de 2020, também com o código SP-11 e o mesmo valor mensal de R$ 5.083,18.
No período em que esteve nomeado no gabinete de Dagoberto Nogueira, Arlan Vergílio Cassuci, embolsou R$ 86.411,00 somente em salários, valor que pode ter passado dos R$ 90 mil se somados o 13º salário, gratificações e férias. Só saiu do cargo porque na ultima eleição, foi eleito vereador.
A exemplo da tia, Arlan também não tinha como cumprir expediente mínimo de 6 horas, já que Dagoberto Nogueira não tem escritório político em Angélica ou Ivinhema, de forma que não poderia nomear assessores fora da base parlamentar que, no caso dele, é Campo Grande.
Tanto o emprego para o filho Arlan Cassuci, quanto para a irmã Helena Cassuci, foram garantidos pelo ex-prefeito João Cassuci, que administrou Angélica por duas vezes e saiu do cargo mergulhado em irregularidades que lhe garantiram a inelegibilidade.
Vencedor das eleições de 2020, João Cassuci foi impedido de tomar posse pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e agora lançou a candidatura laranja do sobrinho, na expectativa de seguir mandando na Prefeitura de Angélica.
A ficha corrida da João Cassuci é longa e começou cedo.
Em 2006, por exemplo, ele foi condenado por crime contra o sistema financeiro nacional, enquanto ainda era prefeito do município de Angélica. De acordo com a Polícia Federal, Cassuci foi responsável por desviar recursos do Pronaf (Pograma Nacional de Agricultura Familiar).
O ex-prefeito foi condenado apenas 10 anos depois do escândalo e acabou sofrendo as consequências da Lei Ficha Limpa, ficando proibido pela Justiça de ocupar qualquer cargo público.
A Polícia Federal apurou que João Cassuci montou um esquema para desviar dinheiro público com a obtenção ilegal de cadastros de financiamentos do Pronaf. Após a liberação dos recursos do fundo destinado aos assentados, o ex-prefeito direcionava o valor para contas de laranjas, por último o dinheiro era repassado para contas dele próprio e dos cúmplices.
Comentários
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.