Espingardas, munições e celulares apreendidos pela Polícia Civil durante operação (Foto: Divulgação/PCMS)
Mesmo com a queda de 16% nas apreensões de armas em Mato Grosso do Sul no primeiro semestre de 2025, a presença de armamento ilegal segue alimentando crimes graves no Estado, especialmente homicídios. Entre janeiro e junho, 601 armas de fogo foram retiradas de circulação pelas forças de segurança, a maioria delas oriunda do tráfico internacional via fronteira com Paraguai e Bolívia.
Revólveres (127) e pistolas (103) lideram o ranking de apreensões neste ano, seguidos por espingardas, carabinas, fuzis e rifles. Segundo a Polícia Civil, essas armas são usadas com frequência em crimes contra a vida, como homicídios, feminicídios e tentativas, além de roubos e ações ligadas ao tráfico de drogas.
Grande parte do armamento entra no Brasil por rotas clandestinas, aproveitando a extensão e a vulnerabilidade da fronteira seca. Em países vizinhos, o comércio de armas é legalizado em certas regiões, o que facilita a compra e o desvio para grupos criminosos brasileiros. A entrada ocorre de forma ilícita, abastecendo facções e redes de distribuição interna, geralmente por meio de atravessadores.
Além do tráfico internacional, as autoridades identificam outras fontes: furtos, roubos de armas legais e até fabricação caseira em oficinas clandestinas.
“Há casos de armamento artesanal com modificações que aumentam o poder de fogo ou dificultam a identificação pericial”, informou a Polícia Civil por meio da assessoria.
As investigações apontam que esses armamentos estão diretamente ligados a disputas por territórios de venda de drogas, proteção de bocas de fumo e ataques entre grupos rivais. Também são usados para intimidar vítimas durante assaltos a comércios ou veículos.
A queda nas apreensões em relação ao ano passado, quando foram retiradas 672 armas no mesmo período e 1.731 durante todo o ano, não representa uma redução na circulação de armas. De acordo com a Polícia Civil, o combate ao armamento ilegal segue como prioridade, com operações integradas como a Hórus, focada no enfrentamento ao crime transfronteiriço.
Mesmo em menor volume, o mês de março voltou a ser o de maior número de apreensões, com 114 registros. A concentração nesse período é atribuída ao reforço das operações policiais no início do ano, quando o planejamento estratégico busca atingir redes criminosas com mais intensidade.
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